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Restauração de Dente Decíduo Posterior

Na odontopediatria, as técnicas convencionais de restaurações com resina nem sempre são aplicadas com sucesso, principalmente devido à falta de colaboração do paciente. O isolamento absoluto, bem como os passos de condicionamento ácido e adesivo, tornam-se inviáveis devido ao tempo de trabalho disponível com as crianças. Por esse motivo, o cimento de ionômero de vidro (CIV) modificado por resina tem sido muitas vezes o material de escolha dos odontopediatras para o tratamento restaurador.1, 2

O desenvolvimento dos cimentos de ionômero de vidro modificados por resina deu-se com o intuito de resolver problemas que os ionômeros convencionais apresentavam, como falta de estética, baixas propriedades mecânicas e sinérese-embebição.2

Dentre as muitas propriedades do cimento de ionômero de vidro modificados por resina, destacam-se boa adesão através de ligação química à estrutura dental, liberação de flúor e biocompatibilidade, além de apresentarem estética favorável.3,4

Atualmente, é possível observar um grande crescimento na produção de materiais odontológicos encapsulados. Esses materiais apresentam maior facilidade de manuseio e muito provavelmente menor desperdício de material. Estudos como o de Freitas et al. (2018) concluíram que os cimentos de ionômero de vidro encapsulados apresentam melhor performance quando comparados aos cimentos de ionômero de vidro aglutinados manualmente.5

Portanto, o objetivo do presente artigo é descrever um caso de restauração de dente decíduo posterior utilizando cimento de ionômero de vidro modificado por resina encapsulado. 

Relato de Caso

Paciente do sexo masculino, 7 anos de idade, compareceu ao consultório acompanhado pela mãe que se queixava de lesões de cárie nos dentes de seu filho. Após anamnese, exame clínico e radiográfico, observou-se a presença de lesão de cárie no elemento 65. Para a resolução do caso, foi proposta a restauração com cimento de ionômero de vidro modificado por resina encapsulado (RIVA light cure cor A2).

Inicialmente, realizou-se a profilaxia com o uso de pasta profilática e escova Robson. Em seguida, realizou-se o acesso à cavidade com ponta diamantada esférica 1011 e, então, a remoção seletiva do tecido cariado com o uso de cureta de dentina no14. Foi realizado isolamento relativo com rolete de algodão. Aplicou-se o Riva Conditioner por 10 segundos, procedendo em seguida à lavagem e remoção do excesso de água.

A cápsula do cimento foi ativada pressionando o êmbolo e em seguida foi colocada no amalgamador para mistura. Com o uso do aplicador de Riva, introduziu-se o material na cavidade, acomodando-o com o auxílio de uma espátula. Após a acomodação do material, foi realizada a fotopolimerização (Radii Plus) por 20 segundos. Posteriormente, foi feita a aplicação de Riva Coat e realizada a fotopolimerização por mais 20 segundos. Ao final da restauração, realizou-se o ajuste oclusal e acabamento com pontas de silicone.

Discussão

Após a fase de adequação do meio bucal, está o tratamento restaurador, onde é preciso definir qual o melhor material a ser usado. Na odontopediatria, os cimentos de ionômero de vidro são amplamente empregados devido às suas características.3 Porém, quando se compara o risco de falha de uma restauração, aquela realizada com os CIV convencionais apresenta um risco maior do que aquelas realizadas com os CIV modificados por resina ou com resinas compostas.6

Levando em consideração a superioridade mecânica dos CIV modificados por resina quando comparados aos CIV convencionais e a simplicidade da técnica quando comparados com a resina, é possível concluir o motivo do mesmo ser um dos principais materiais de escolha dos odontopediatras.6,7 

Referências

1. Kramer, Paulo Floriani et al.
“Grau de infiltração marginal de duas técnicas restauradoras com cimento de ionômero de vidro em molares decíduos: Estudo comparativo in vitro.”
Journal of Applied Oral Science, v. 11, n. 2, p. 114-119, 2003.

2. Guedes-Pinto, Antonio Carlos et al.
Odontopediatria.
2003.

3. Silva, Francisco Wanderley Garcia de Paula et al.
“Utilização do ionômero de vidro em odontopediatria.”
Odontologia Clínico-Científica (Online), v. 10, n. 1, p. 13-17, 2011.

4. Silva, Raphaela Juvenal da et al.
“Propriedades dos cimentos de ionômero de vidro: uma revisão sistemática.”
Odontologia Clínico-Científica (Online), v. 9, n. 2, p. 125-129, 2010.

5. Freitas, Maria Cristina Carvalho de Almendra et al.
“Randomized clinical trial of encapsulated and hand-mixed glass-ionomer ART restorations: one-year follow-up.”
Journal of Applied Oral Science, v. 26, 2018.

6. Pires, Carine Weber et al.
“Is there a best conventional material for restoring posterior primary teeth? A network meta-analysis.”
Brazilian Oral Research, v. 32, 2018.

7. Dermata, A. et al.
“Comparison of resin modified glass ionomer cement and composite resin in class II primary molar restorations: a 2-year parallel randomised clinical trial.”
European Archives of Paediatric Dentistry, v. 19, n. 6, p. 393-401, 2018. 

autoria
do caso

Sandra Kalil Bussadori

Produto
em Destaque

Light cure

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